16 de dezembro de 2009

Depois de muito tempo

Olá pessoas!
Sim, sim... Eu estive sumido. E um dos motivos foi o curso de cinema.
Desde agosto dediquei grande parte do meu tempo a esse projeto e em novembro mergulhei mesmo de cabeça pra fazer o filme.

O roteiro que eu apresentei não foi escolhido (mas ainda acho que daria um ótimo filme viu Marina?). Em compensação consegui ser o diretor de um roteiro muito legal do Rafael Rodrigues.

Então apresento agora o resultado disso tudo:



Obrigado a todos que torceram por mim, me ajudaram e participaram dessa empreitada. E principalmente obrigado à toda equipe do filme. Vocês mandaram muito bem!!

2 de setembro de 2009

Agora


Olho ao redor e não vejo estradas.

Há trechos de chão batido, onde os pés de muitos que já passaram antes fazem com que a grama não cresça mais.

Mas não há estradas. Há o horizonte. À frente, não posso ver mais claramente além do amanhã. Além dele, o incerto. Para trás, o ontem é só uma lembrança. Jamais um destino. Antes dele, só há os caminhos que me fizeram chegar até aqui.

Qual direção seguir? Sigo os passos que vieram antes? Qual seria o caminho mais fácil? Qual seria o mais prazeroso? Qual seria o mais rápido até meu destino? Se é que algum dia irei chegar a um destino... Se é que há um destino...

Vou traçando a minha rota. Vou riscando o meu mapa. Mas não há estradas... Sempre possível mudar de direção. E talvez, por que não, dar alguns passos para trás.

Caminho sozinho. Ainda vou cruzar com outros viajantes. Vou trombar com alguns. Vou acompanhar outros. Mas no fundo mora a certeza de que, para cada um, essa é uma jornada pessoal.

E o tempo segue inexoravelmente seu curso. Não há como perdê-lo. Ele não é meu. Ele só me lembra que tudo é mutável. Tudo se encerra.

Sou? Ou estou? O tempo é agora.

24 de agosto de 2009

Volta às aulas

Depois de cinco anos, estou eu de volta às aulas. E dessa vez sinto que é completamente diferente. Talvez por ser um assunto que eu realmente amo. Talvez porque desta vez não há nenhuma relação com trabalho e obrigações. Mas o fato é que as sete horas e meia dentro da sala de aula, por incrível que pareça, passaram rápida e agradavelmente.

O curso foi adiado em uma semana. Portanto tive as primeiras aulas neste sábado. No período da manhã a aula foi de Produção. Quando estamos lá, sentadinhos com a nossa pipoca na sala de exibição, não fazemos idéia do tamanho do esforço necessário para que tudo aquilo funcione. Fazer cinema não é só arte. Tem o lado do negócio, até mesmo quando o filme não é feito para dar lucro.

Deu pra perceber que produção é para poucos. Tensão total para fazer toda a engrenagem funcionar! A professora, Thais Canjani, que entre outros participou de "Bicho de Sete Cabeças", é ligada no 220. Mal conseguia completar uma idéia sem se interromper e começar a falar de outra!

De tarde a aula foi sobre Roteiro. Já deu pra ver que é muito grande a diferença entre um texto literário e um texto de dramaturgia. Tudo tem que ser escrito pensando em imagem e som. Nada pode ficar subentendido em palavras.

E o roteirista precisa praticar o desapego. Seu texto possivelmente não vai virar o filme que ele imaginou. O diretor irá colocar a sua visão naquele texto. Enquadramentos, atuações, sons, luzes... tudo irá formar uma experiência que muito provavelmente é diferente da que foi inicialmente imaginada.

E como primeira lição de casa, preciso entregar na semana que vem uma sinopse de um roteiro. A sinopse precisa em poucas linhas apresentar o protagonista, seus objetivos, suas motivações e seus obstáculos. Vamos ver no que vai dar!

Todos os 25 alunos irão submeter seus roteiros para apreciação. Destes serão escolhidos 4 ou 5 que serão produzidos no decorrer do curso.

14 de agosto de 2009

Aaaaaaaaand... Action!

Quando eu estava lá pelos meus 15, 16 anos, volta e meia eu fazia uns filmes com os meus amigos. Não era nada muito elaborado. Mas a gente se divertia fazendo. E dado o nível da tecnologia da época e nossa total ausência de qualquer noção sobre técnica, até que conseguimos fazer umas coisas legais. Gostaria de poder rever estas "obras" mas não é possível já que nossa mente adolescente imediatista concluiu que valia mais a pena usar as fitas para gravar o Superbowl entre Bills e Redskins e outros eventos imperdíveis.... *sigh*

Nessa mesma época tive que começar a pensar no que fazer quando terminasse a vida boa no colégio. Pensei em fazer faculdade de cinema. Achei que não ia dar certo. Prestei vestibular pra publicidade. Acabei fazendo direito.

Eu sempre gostei muito de cinema. Porém minhas opções me levaram para longe dele. Continuei mero espectador. Daqueles que gosta muito, assiste tudo - do trash ao cult - e que quando gosta assiste várias vezes. Mas só espectador.

Mas amanhã vou começar um curso de cinema! E, se tudo der certo, daqui uns três meses vou mostrar aqui o meu curta, que vai ser resultado final desse curso!

Enquanto isso, deixo aqui um ótimo curta, que ganhou um dos prêmios em Cannes este ano. É muito bom e mostra bem como anda a nossa comunicação nos dias atuais.

Desculpas antecipadas por não colocar o video na página, mas o tamanho não é compatível com o layout. Cliquem aqui pois vale a pena!

12 de agosto de 2009

Diário de bordo - 25/08/2008

Dia de trabalho para Luis e Theres. Normalmente eles vão de bicicleta até a estação de trem. Mas como eu iria também, saímos um pouco mais cedo e fomos a pé.

Compramos o café da manhã na estação, enquanto esperávamos o trem de 7:20. A pontualidade é impressionante. Eles não precisam se preocupar com atrasos, trânsito, nada disso. Vão sentadinhos no trem, tomando seu café e lendo o jornal do dia e sabem direitinho a hora que devem sair de casa e que horas vão chegar no escritório.

O Luis me deu umas dicas e eu desci na primeira estação de Zürich (Stadelhofen). Fui até o lago, sentei num banquinho e comecei a tomar meu café da manhã. Um cisne apareceu e eu dei uns pedaços de pão. Mas o bicho começou a ficar meio bravo. Resolvi sair dali.

Ainda era muito cedo. Estava um pouco frio e a cidade ainda começava a funcionar. Andei um pouco pelas margens do lago. De um lado fica a costa dourada - o lugar onde o sol bate e as casas são lindas e caras. Do outro lado fica a costa do espirro - o lugar onde o sol nunca bate e as casas são lindas mas mais baratas.

Segui andando pelas margens do rio Limmat, conhecendo e fotografando Zürich até chegar na Rathaus - antigo prédio da prefeitura. A essa altura o sol já tinha aparecido e estava mais quente. Ainda era bem cedo e havia alguns velhinhos pescando no rio. Fiquei ali sentado, olhando a cidade se movimentar, lendo o meu livro e pegando um pouco de sol.

Dei uma olhada no guia e resolvi seguir o rio. Cruzei a ponte até a Platz Promenade para ver de perto o prédio do Schweizerische Landesmuseum. Depois segui andando pelo parque com a minha mochila nas costas. Percebo uma moça me seguindo... Ela passa olhando e continua. Dali a pouco volta. Estava me cercando. Veio falar algo em alemão e eu logo respondi no melhor vernáculo de Goethe:

- Ish ispreske kaine dóitch...

- Do you have marijuana? - Pergunta a moça em inglês fluente.

- No... errrrr.... sorry... - Respondo meio surpreso.

- Anything else?

- No, nothing at all.

- Do you know where can i find?

- No, i´m sorry. I´m not from Zürich.

- Oh... OK. Bye - Diz a moça decepcionadíssima.

- Bye... err... Good luck...

Mais tarde o Luis me explicou que geralmente os traficantes andam nos parques com uma mochila nas costas!

Continuei seguindo o rio. Iria me encontrar com o Luis para almoçar então não poderia demorar. Nas margens do rio vi alguns terreninhos bem pequenos com jardins, hortas, pomares, churrasqueiras. Alguns até tinham cabanas. Depois fiquei sabendo que são espaços alugados pela prefeitura para pessoas que moram em apartamento mas querem ter o seu quintal...

Almocei pizza com o Luis e a Moenke, uma alemã que morou no Brasil dando aula de línguas. Sempre corrigia o Luis quando ele falava português errado!

Peguei um bonde de volta até a Hauptbanhoff. A tarde fui conhecer o centro de Zürich. Comecei por Lindenhof, uma colina onde a cidade foi fundada pelos romanos. A vista é bem legal. Mas o calor estava de matar. Fiquei ali lendo um pouco e vendo algumas pessoas jogarem xadrez gigante enquanto descansava.

Depois fui andando meio sem destino pelas ruas até chegar na Paradeplatz, onde estão as sedes dos maiores bancos. Aproveitei pra dar uma olhada na famosa confeitaria Sprüngli, cuja vitrine lembra mais uma joalheria. Ainda tive tempo e conhecer a bela igreja protestante Grossmünster e dar umas voltas pelas ruas medievais do antigo bairro Niederdorf.

No fim do dia encontrei o Luis e fomos comer o típico bratwurst com cerveja. É engraçado. A salsicha vem num pedaço de papel que lembra mais um jornal. Aí você pega um pouco de mostarda e um pão redondo duro que nem pedra que ficam ali no balcão e vai comer sua salsicha no banquinho mais próximo.

O papo e a cerveja estavam bons e acabamos perdendo a hora do trem direto para Uster. Pegamos o outro que vai parando pelo caminho, mas mesmo assim em pouco mais de meia hora estávamos de volta.

Amanhã vou explorar Uster!

Comentários pós-viagem:

- Para saber mais sobre o cisne maluco, clique aqui.

- Viajar bem acompanhado é ótimo. Mas sozinho também tem suas vantagens. Nem todo mundo tem paciência de andar sem destino por uma cidade desconhecida. E definitivamente ninguém teria paciência de ficar lendo filosofia junto comigo nas margens do rio Limmat!

- Guarde seus tickets de trem. Eles servem para andar durante o dia no excelente sistema de bondes de Zürich. Só soube quando o meu já tinha ido pro lixo.

- E mais uma vez, não esqueçam: Cuidado com os cisnes!

7 de agosto de 2009

Fragilidades

É estranho como conhecemos as pessoas nessa blogosfera... É inegável que, por mais anônimos que sejam os autores, por mais impessoais que sejam os textos, aos poucos vamos tendo contato com os mais diferentes tipos de pessoas.

Passamos a frequentar blogs que nos emocionam. A visitar aqueles que trazem sempre textos inspiradores. Perdemos a noção do tempo lendo as histórias que nos fazem rir. Esperamos ansiosos o desfecho de uma situação narrada nas semanas anteriores.

E assim vamos nos conhecendo e nos relacionando... à distância e através apenas de palavras numa tela. Mas muitas vezes sabendo mais uns dos outros do que até mesmo as pessoas que estão do nosso lado.

Como eu já disse antes, o EntreTrintas me inspirou a começar a blogar. A Gisele foi minha primeira leitora. Me deixou recados cheios de entusiasmo quando o que eu mais precisava era mesmo de estímulos para não desanimar. E no entanto jamais a vi. Nunca conheci seu rosto, nunca ouvi sua voz... E mesmo assim sentia como se a conhecesse. Como se fosse uma velha amiga, presente mesmo que distante.

Mas, como diz a música, a vida é mesmo coisa muito frágil. Um acidente de carro levou a Gisele. A primeira sensação foi de choque. Reli o texto para ver se realmente eu havia entendido certo. Depois me bateu uma tristeza pelo súbito e prematuro fim da vida de uma pessoa alegre e que parecia estar curtindo um momento super feliz.

Por fim fiquei triste por perceber a fragilidade das relações que temos aqui. Quantas pessoas aqui, das quais aprendi a gostar, são realmente próximas? Com quem eu ainda conseguiria manter contato se por alguma razão o google resolvesse encerrar suas atividades?

Percebi que são poucas. Gostaria que não fosse assim, mesmo sabendo que paradoxalmente para muitos é a distância que permite a proximidade. Mesmo assim eu gostaria de poder dar um abraço forte em cada um de vocês.

Volto a citar o Juan Antonio:

Life is short. Life is dull. Life is full of pain. And this is a chance for something special.

Portanto: Façam algo especial. A vida é curta e frágil. Aproveitem e abracem as pessoas que vocês gostam. E sintam-se abraçados por mim...

नमस्ते

6 de agosto de 2009

Síndrome de sniper


Um sniper é, antes de tudo, um observador. São tantas variáveis que devem ser levadas em conta para cumprir sua missão, que ele passa grande parte do tempo observando.

Ele deve sentir o ambiente. Saber onde se posicionar. Reconhecer as possíveis rotas de fuga. Deve sentir o vento, sua direção e intensidade. Deve calcular as distâncias, a influência da gravidade, o efeito Coriolis.

Ele é um solitário. Atua isolado. Toma suas próprias decisões. Falhando ou sendo bem sucedido, não há ninguém ao seu lado quando ele decide agir.

O sniper sabe que não pode errar. Precisão é extremamente necessária: one shot, one kill. E portanto também é importante ter controle do tempo: antever os movimentos do alvo, ritmar a respiração, mascarar o som e, no momento exato, disparar.

Seus alvos devem ser escolhidos com cuidado. Não se pode desperdiçar um disparo com o que não lhe parece relevante. Um sniper nunca vai dizimar um pelotão, ele vai derrubar seu comandante.

Ele não é um exército de um homem só. Não causa estrago e destruição. Não é um herói. Ele só dispara para acertar. E então furtivamente sai do campo. Ou se desloca para um novo ponto, uma nova missão.

Acho que tenho síndrome de sniper.

3 de agosto de 2009

Diário de Bordo - 24/08/2008

O passeio escolhido foi subir até o Jungfraujoch, no alto dos Alpes Berneses. Saímos de manhã de Uster e fomos até Interlaken, numa viagem de duas horas de carro.

Interlaken é uma simpática cidade turística, que como o nome indica, fica no meio de dois lagos. Não sabíamos direito como chegar ao Jungfraujoch, então resolvemos tomar uma cerveja no Hooters enquanto descobríamos o que fazer.

Nos informamos e vimos que o trem até o Jungfraujoch saía mesmo de Interlaken. Compramos a passagem com algum receio, afinal 175 CHF é bastante dinheiro. O Luis também nunca tinha ido e ficamos em dúvida se o passeio ia valer a pena. Mas depois veríamos que valeu cada centavo. É imperdível!

A viagem demora cerca de duas horas e meia, com duas trocas de trem. A primeira foi em Lauterbrunnen (795 m). A cidade, escondida no meio de um vale, é linda e vale a visita mesmo para quem não pretende subir a montanha. O trem ainda parou em Wengen, uma cidade tão escondida no meio da montanha que só se chega lá de trem. Não há carros!

Ainda trocamos de trem em Kleine Scheidegg (2061 m), desta vez para o trecho final da subida que é toda feita dentro de um túnel dentro da montanha. São mais 30 minutos de subida, com duas paradas para observação e aclimatação, afinal a diferença de pressão é muito grande até os 3471 m do Jungfraujoch.

Como minha mala ainda não tinha chegado com minhas roupas de frio, estava fantasiado de Luis. O que quebrou um galhão porque realmente é muito frio lá no alto. Dentro da montanha a temperatura estava em -8ºC. Do lado fora, apesar da neve, o sol esquentava um pouco e fazia 0ºC.

A subida até a geleira Aletsch parece fácil mas nessa altitude o ar faz falta e eu senti as pernas pesadas e uma leve dor de cabeça. Mas logo acostumei. Do alto do mirante você pode ver a França, a Alemanha e a Itália (ao menos os informativos dizem isso e só nos resta acreditar).

Há muitas atividades para serem feitas como esqui, tirolesa, trenó e caminhadas. Mas o tempo e o orçamento estavam curtos. Deu tempo ainda de ver o palácio de gelo, escavado dentro da geleira e repleto de esculturas de gelo. Muito bonito!

Chegamos de volta em Interlaken já com o sol se pondo e fomos direto para Uster. Amanhã é segunda-feira e, enquanto meus anfitriões trabalham, vou conhecer Zürich.

Gehab dich wohl!


Comentários pós-viagem:

- Não deixe de levar peças de roupas essenciais na sua bagagem de mão. Eu fiz isso e mesmo sem mala pude ao menos usar meias, cuecas e camiseta limpa.

- Se você for ao Jungfraujoch, planeje-se para chegar bem cedo em Interlaken. A viagem é demorada e o último trem de volta sai cedo. Tive que correr.

- Evite tênis na neve. Escorrega e não esquenta o pé. Eu não tive opção pois estava sem minha mala.

29 de julho de 2009

Só pra constar

Eu não desisti de postar meu relato de viagem. Mas pra não ficar sempre no mesmo assunto resolvi intercalar.

Esse texto do post anterior eu tinha escrito há muito tempo e hoje fazendo uma limpeza nos meus arquivos, acabei achando e resolvi publicar.

No próximo post, a viagem continua.

Short Stories vol. IV - O descanso

O vento frio consegue passar pelas frestas da janela, fazendo as juntas das mãos doerem. Tenta aquecê-las, enquanto observa as gotas escorrendo vagarosamente pelo vidro da janela e a cidade ao fundo. Paris há muito tempo já não lhe passa a sensação de lar.

Lembra do dia em que , largando o pouco que lhe restara de sua vida anterior, decidira não voltar mais para a cidade em que morou por trinta anos. A morte é a única certeza do ser humano e ela imaginava então que logo pudesse a encontrar. Porém cinquenta anos se passaram e ela ainda vivia.

Fizera fortuna com sua arte. O mercado europeu se encantou prontamente com aquela jovem que abandonara seu país, seus bens, sua carreira promissora para produzir telas carregadas de um rancor sobre o qual ela sempre se recusou a falar.

O pug Toile ronca pedindo sua atenção. A paixão por cães era a única coisa que ela admitia ter trazido de sua vida anterior. Tenta se abaixar para acariciar o pequeno animal mas o físico de sua juventude já não estava presente. Mais dores nas juntas. Desta vez os joelhos desistem. Senta-se no sofá e espera que Toile pule no seu colo.

Olhou para seu primeiro quadro que lhe trouxe fama.Havia gastado muito dinheiro para localizá-lo e comprá-lo de volta. Muito tempo a separava do dia em que descarregara toda sua frustração naquela tela.

Por anos não quis pensar em nada. Seus pincéis depuravam sua angústia, enquanto enterrava fundo na mente os fatos e pessoas que queria esquecer. Sabia que era impossível apagá-los mas precisava ter uma forma de suportar a dor.

Lembra do abraço apertado que dera em seu pai no dia em que fora embora. Sabia que não o veria mais. Dissera isso e o pai respondeu com um leve balançar de cabeça, compreendendo que sua filha estava tomando seu próprio caminho.

Percorre com os olhos cada canto da tela. Os tons e as texturas lhe trazem de volta as emoções daquele dia. Ao ver os tons negros sente o aroma do cabelo dele invadir seus pensamentos.

Estaria ele vivo? Ela sentia que não. A morte para ela era o objetivo final. Algo que chegaria no momento certo para cada um. Teria ele sido feliz? Ela não desejava nada menos do que isso.

Ela mesmo não sabia definir felicidade. Dinheiro, fama? Ela tem isso. Não... isso não é felicidade. Mas sabia que a vida lhe estendera a mão e lhe dera oportunidades de mitigar a dor. Conhecera o mundo todo, conhecera muitas pessoas, tivera muitos amantes... Mas sentia o vazio dentro dela, o vácuo que lhe acompanha por longos anos.

Anos nos quais não derrubara nenhuma lágrima. Costumava dizer que tinha esgotado o seu estoque de lágrimas... Já havia chorado muito nessa vida. Depois ficara como que anestesiada. Não sentia como antes. Apenas os pincéis externavam suas emoções.

Concentra-se nos tons verdes e os olhos dele se materializam na tela. Aos poucos a tela já não existe... Vê uma janela, e ele está ali. Seu coração aperta, o ar começa a rarear. A taça de vinho cai no chão. Toile começa a latir mas o som lhe parece muito longe.

Vê agora claramente o homem que amou e que a deixara. Sente finalmente que a hora chegou. Já não ouve mais os latidos, já não sente mais o coração, nem a necessidade de respirar. Derrama uma única e última lágrima.

Sussura o nome dele.

E se vai...

23 de julho de 2009

Diário de Bordo - 23/08/2008

Como eu disse há alguns post atrás, eu encontrei aqui o bloco onde fiz um diário de minha viagem na Europa. Fiquei pensando se deveria postar ou não, mas recebi um e-mail da Sisa que acabou sendo o empurrãozinho que faltava. Quem sabe não serve de dica para alguém que está pensando em viajar?

Então vou postar aqui o que aconteceu em cada um dos dias. Algumas passagens já foram motivos de posts, então peço desculpas desde já pela repetição.

Ali no canto direito aparecem algumas fotos que eu selecionei dessa viagem. Foi difícil porque são 4GB de fotos. Mas dá pra ter uma idéia bem por cima do que eu vi.

Bem... Vamos lá:

Diário de Bordo - 23/08/2008

O voo foi muito tranquilo. Alguma turbulência mas mesmo assim dormi muito bem. Cheguei a conseguir dormir três horas seguidas, o que para alguém do meu tamanho encolhido na poltrona é um feito e tanto. Até sonhei e o sonho foi bom!

Vim sentado no grupo do meio, no assento do corredor. Minha terapeuta tinha falado "Quem sabe você não conhece uma mulher bem interessante já no avião?". Sei, sei... Me colocaram do lado de duas irmãs adolescentes argentinas chatas que ficaram arengando um tempão. Viva o IPod!

O avião chegou com uma hora de atraso em Frankfurt. Liguei pro Brasil pra dizer que estava tudo bem, dei uma voltinha no terminal e já era hora de embarcar. Fui pro gate.

A viagem até Zürich demorou pouco mais de meia hora. Fiz a imigração sem problema. O agente perguntou se meus amigos estariam me esperando no aeroporto. Eu disse que sim e ele ainda brincou "Pelo menos você espera que sim!"

Fiquei espernado na esteira e logo percebi que a minha mala não ia chegar. Falei com o Luis pelo vidro e fui no balcão das malas perdidas. Minha bagagem tinha ficado em Frankfurt e só chegaria lá pelas oito da noite. Ainda eram umas quatro da tarde... Resolvi pedir para eles me levarem a mala em casa.

Viemos então para Uster, onde mora o Luis. Se fosse no Brasil eu diria que era um condomínio fechado. Mas é uma cidade.

Enquanto a Theres não chegava ficamos tomando cerveja e comendo pistache. Quando ela chegou eles prepararam uma pizza caseira vegetariana que comemos acompanhada de vinho.

Amanhã vamos decidir se vamos ao Jungfraujoch ou Zürich.

Auf Wiedersehen!

22 de julho de 2009

Na Natureza Selvagem - Mais um filme para pensar

Se tem alguma coisa que mantém a média de visitas ao blog em incríveis 12 pessoas por dia, são os posts sobre filmes. Quem me contou foi o sitemeter...

Eu não tenho nenhuma pretensão de ser crítico de filmes. Mas eu adoro cinema e se as pessoas querem saber sobre filmes para pensar, lá vou eu falar de mais um.



Na Natureza Selvagem (Into the Wild, EUA, 2007) foi um dos filmes que mais gostei de ver no ano passado. Conta a história verídica de Christopher McCandless, um jovem de classe média-alta, recém formado na universidade, que deixa sua vida estável para trás e embarca numa aventura cruzando os EUA para viver na natureza.

O filme foi muito bem dirigido pelo Sean Penn, tem uma fotografia fantástica com paisagens de tirar o fôlego, conta com uma trilha sonora excelente assinada pelo Eddie Vedder e uma atuação muito boa e madura do Emile Hirsch na pele do Christopher McCandless, além do simpático veterano vivido por Hal Holbrook que inclusive concorreu ao Oscar pelo papel.

Impossível não ver o filme sem pensar no vazio interior que motivou o cara a se lançar nessa aventura, no que leva uma pessoa a largar tudo, nas razões para abandonar a família sem dar nenhum sinal. Impossível não se emocionar com a forma com que ele tocou a vida de quem cruzou com ele pelo caminho.

Portanto se você veio aqui procurando um filme para pensar, aí vai mais uma dica!

18 de julho de 2009

Um ano em cartaz

Hoje o blog completa um ano. E tenho muitos motivos para comemorar esse aniversário!

Eu queria fazer um post legal sobre isso... Mas estou com uma dor de cabeça que está me matando!

Então vou agradecer a todos os amigos que fiz por aqui na tal blogosfera! No começo não imaginava que teria leitores, muito menos que faria amigos. Foi um prazer conhecer vocês! Virtuais ou de carne e osso, amigos são amigos e é ótimo tê-los por perto, ainda que o perto seja a milhares de quilômetros!

Agradeço pelos blogs que conheci, pelos comentários que recebi e até pelas pessoas que vêm, visitam e vão embora sem nada falar.

Obrigado a todos vocês! Porque esse blog é meu, mas pensando bem, sem vocês não teria tanta graça!!

13 de julho de 2009

Palavrório

Navegando por aí descobri o http://www.wordle.net
Taí o resultado:

8 de julho de 2009

Insights e citações

Um dia desses encontrei o bloco de notas que levei para a Europa no ano passado. De um lado dele, fiz um diário de viagem (que talvez, um dia, eu publique aqui). Do outro, anotava alguns pensamentos, frases, letras de música... enfim: besteiras e filosofia barata.

Reler essas anotações foi muito interessante. Relembrei como eu estava antes de viajar, como eu me senti durante a viagem, como eu me senti depois e como todos esses sentimentos foram evoluindo até finalmente eu chegar a como estou agora.

Aceitar a separação foi muito difícil por um certo tempo. Minha primeira nota no bloco diz:

A separação não é uma escolha minha, mas o que vou fazer daqui pra frente é.

Comecei a entender que eu não podia fazer nada além das minhas próprias escolhas. As minhas atitudes são minhas e só tenho controle sobre elas. No máximo isso pode influenciar as atitudes dos outros, jamais controlá-las.

Compromisso não é a perda de liberdade e sim o exercício diário dela.

Amor pressupõe liberdade


Foram outras duas frases que anotei.
Não sei se um dia chegarei num estágio de evolução de um amor 100% desapegado, mas eu entendo o quanto o sentimento de amor deveria estar ligado à liberdade da pessoa a quem amamos. Realmente não é fácil, mas esse deveria ser um objetivo a ser perseguido nas relações humanas, não importa quais sejam.

Esse conceito já estava na minha cabeça muito antes do meu casamento relâmpago. E isso pode ser muito complicado num mundo onde poucos entendem que ninguém é dono das pessoas que ama e que a melhor forma de mantê-las bem, felizes e perto é dar-lhes a liberdade para que a exercitem diariamente.

Com o tempo fui percebendo o quanto eu me sentia preso durante o casamento com a Sra. J. E não digo isso no sentido de fidelidade, já que em nenhum momento tive atração por outra mulher. A prisão em que eu estava vinha do sentimento deturpado de J. Não era amor, era apenas possessividade. Uma necessidade de ter o controle tamanha que nem mesmo podia aceitar que eu poderia ter motivos que não viessem dela para ser feliz.

Ao mesmo tempo, ela esperava que eu a completasse e a fizesse feliz. Por mais que eu tentasse explicar, nunca aceitou o fato de que ela mesma deveria ser a principal responsável pela própria felicidade. E que uma pessoa precisa ser completa sozinha. Costumo dizer que o parceiro só pode lhe complementar. Completude e felicidade precisam antes de tudo, vir de dentro.

Colocar essa responsabilidade nos ombros de outra pessoa, além de ser uma baita sacanagem, só vai gerar frustração. Lembro-me da fala de Clementine em "Brilho Eterno...":

Too many guys think I'm a concept, or I complete them, or I'm gonna make them alive.
But I'm just a fucked-up girl who's lookin' for my own peace of mind; don't assign me yours.


E mesmo com tantas divergências tive a chance e resolvi tentar de novo. Muitos me perguntaram (até mesmo eu me perguntei) o porquê. E a verdade é que foi uma fase necessária para que eu entendesse que eu realmente havia feito o possível e que não havia nada para salvar. Era a ficha que faltava cair para que eu me visse enquadrado numa anotação que fiz enquanto passeava nos Jardins de Luxemburgo:

Melhor terminar um casamento pelos motivos certos do que manter-se numa relação pelos motivos errados.

Não me arrependo. Tudo passou e eu aprendi. E muito. Me sinto mais preparado para aceitar a inconstância e a mutabilidade da vida, sem deixar de ter em mente a minha responsabilidade pelo que faço com ela. O que me lembra da letra de Eddie Vedder que anotei no meu bloco:

I know I was born and I know that I'll die
The in between is mine
I am mine


Então, a poucos dias atrás, navegando sem rumo por aí, acabei parando no excelente blog da Nana e um post me fez pensar muito. Um imagem singela mas acompanhada de um texto impactante:

If you hadn't ever left, I never would have found myself. Thank you.


E é isso mesmo. Perdi um relacionamento, mas o troco foi ter me encontrado. Só posso agradecer. E enquanto escrevo, ouço o IPod ao fundo:


You were the one.
Who taught me what I don't need.
And I thank you-
I thank you for that.
You were the one,
Who brought me to my senses.
And I thank you-
Now just leave me alone.

29 de junho de 2009

Too old to Rock n´ Roll, Too young to die.

O título do post de hoje é inspirado no álbum homônimo do Jethro Tull, que gira em torno da história fictícia de uma estrela do rock n´roll e sua decadência com a idade chegando.

Estive nos últimos dias acompanhando o meu pai, se recuperando de nova cirurgia no hospital. Quando minha irmã e meu cunhado me chamaram para ir a um barzinho no domingo, logo aceitei. Um pouco de diversão faria bem.

Chegamos e pelo lado de fora já vi que a música era boa. A fila era grande, dei uma desanimada. Mas nada como alguns contatos... Entramos pela lateral e sem pagar couvert. Bom né?

Eu sei que vou parecer muito presunçoso... Mas quando entrei me senti um movie star. Ok, rock star, pra ficar dentro do tema... Todas aquelas mulheres estavam realmente olhando e sorrindo para mim? Haja presunção, mas eu realmente me senti bem!

Porém em pouco tempo as minhas reações foram se misturando. Ok, a música era boa. Ok, as pessoas eram bonitas. Ok, a receptividade parecia boa. Mas, Deus do céu, aquilo tava parecendo geral do maracanã em dia de FlaFlu! Tinha que pedir licença e fazer malabarismo pra levar o copo até a boca. Se quisesse ir no banheiro era bom planejar com uma hora de antecedência, sob o risco de não ter tempo suficiente...

Foi então que comecei a pensar: "Será que eu estou velho demais pra isso???"

Olhei ao redor. Tinham pessoas mais novas. Mas também tinham mais velhas. Eu estava cronologicamente dentro da média. A música também se enquadrava com a faixa etária. Resolvi relaxar e tentar curtir... Mesmo a temperatura interna estando uns 10 graus acima da que fazia do lado de fora... Mesmo eu me espremendo mais do que pra pegar lugar no tobogã em dia de jogo do Timão...

É, realmente as meninas olhavam... Bastante... Realmente eu sou tímido pra cacete. Comecei a ficar puto comigo mesmo, alguma coisa eu precisava fazer! Será que existe um curso de small talk? Preciso de uma reciclagem! E de preferência que tenha como extra uma palestra "Além do som alto: como compreender seu interlocutor." Alguém puxou a minha mão. Não estava entendendo nada... Pisquei duas vezes... Eu realmente estava sendo puxado pela moça, que me olhava e só faltava dizer: "Vai ficar aí parado?"

Meu cunhado aparece. "Léo, vamos sentar lá fora? Isso aqui tá uma loucura!"

Sentei na mesa ainda meio atordoado. Será que estou velho mesmo? Que nada!!
Sim, eu não tenho mais vinte e poucos. Sim, as coisas mudaram nos últimos anos. Sim, passei algum tempo longe dessas coisas. Mas é só questão de readaptação (tips are welcome, thank you!). Afinal, como diz a música:

No, you're never too old to Rock'n'Roll if you're too young to die.

19 de junho de 2009

Noite estranha

Depois de uma reunião bem estressante, cheguei em casa caindo pelas tabelas. Minha cama me chamava insistentemente, então acabei dormindo cedo.

Fui acordado por um telefonema. Não sei que horas eram. Não sei quem era... não deu tempo de acordar e atender.

Só sei que depois disso o sono não veio. Sensação estranha. Depois de tanto tempo muito bem, obrigado, me senti sozinho... A cama pareceu maior. O apartamento pareceu enorme. E o frio aumentou.

O sono não vinha. Eu pensando merda. E a cama ficando maior e mais fria...

Chega! Acendi a luz, peguei meu livro e li até dormir.

Acordei hoje de manhã. Mal pra caramba... Dor no corpo... Febre... Era apenas uma gripe! Ufa!

Pra isso o remédio é bem mais fácil!

17 de junho de 2009

Short stories vol. III - Em algum telefone

- Eu não acredito que você não me ligou!
- Eu já ia ligar. Acabei de chegar em casa.
- Você não se preocupa comigo? Depois de tudo que eu passei?
- Claro que me preocupo. Afinal passamos juntos né? Eu estava lá com você também...
- É...
- ...
- Mesmo assim! Você não se importa comigo!! Custava ter ligado antes?
- Bem, poderia não custar. Mas meu celular foi roubado. Junto com o seu. Lembra?
- Isso é sarcasmo? Não tem graça! Você sabe que eu odeio isso!
- Desculpa...
- Quer saber? Acho melhor a gente terminar isso por aqui mesmo!
- A conversa?
- Não! O namoro!!
- Como assim?? Por quê???
- Ahh, você não percebe?? Você não se importa comigo! Você não gosta de mim!!
- Mas...
- Não adianta! Não vem com desculpa. Vamos terminar... É melhor...
- Err... Tá bom...
- Então tchau!
- Err... tchau...


(Passam 30 segundos. O telefone toca)

- Alô?
- Você quer mesmo terminar comigo?
- Eu? Mas foi você quem falou que era melhor terminar!
- É... E você não falou nada!! Você ia aceitar?
- O que mais eu poderia fazer? Implorar? Quando um não quer, dois não namoram...
- É. Mas você nem pra insistir... pra brigar...
- Você tava me testando né?
- Não! Imagina. Eu? Te testando? Humpf!
- Então você quer terminar?
- Não mude de assunto! Estamos falando de você!
- Mas eu não quero terminar o namoro...
- Só que você não falou nada...
- Eu falei!
- Olha, vamos encerrar isso agora né? É melhor!
- O namoro?
- Não! A conversa!
- Aahhh...
- Vem me ver?
- Daqui a pouco estou aí.
- Te amo!
- Também te amo!

8 de junho de 2009

Filmes que fazem pensar II


Graças ao Sitemeter descobri que tenho muitos visitantes que acabam chegando aqui no blog procurando filmes que fazem pensar. OK... Descobri também que alguém veio procurando "garotas de 15 anos transando" (WTF!?! Some daqui pervertido!! Vou mandar seu IP pra Policia Federal hein!?!). Mas... Voltemos aos filmes que fazem pensar...

Semana passada comprei um DVD que está na lista dos meus filmes favoritos. Um filme que me impressionou por vários fatores, mas acima de tudo um filme daqueles que fica na cabeça e que te deixa refletindo mesmo muito tempo depois de sair do cinema.

Apenas uma Vez (Once) é um filme independente, filmado com um orçamento baixíssimo, com duas câmeras digitais e atores desconhecidos. E prova que não é necessário gastar milhões, ter a maior tecnologia, nem contar com Angelina Jolie e Brad Pitt para fazer um belo filme. Toda sua força vem da sua narrativa, da atuação primorosa do casal protagonista e da marcante trilha sonora.

O filme conta a história de um cara que toca violão e uma menina que vende flores nas ruas de Dublin. Nunca sabemos os nomes deles. Nos créditos só aparece "guy" e "girl". A música aproxima os dois e que o aparenta ser o clássico enredo "guy meets girl" acaba por ser recheado de emoções e elementos que fazem impossível não se identificar com tudo que se está vendo na tela.

Os dois protagonistas são vividos por músicos de verdade (Glen Hansard e Markéta Irglová) e talvez até mesmo por não serem atores e por se conhecerem fora das telas, as atuações são sólidas e verdadeiras. Um detalhe da vida que imita a arte - ou não - é que os dois começaram a namorar durante as filmagens.

A trilha sonora é sensacional. Desde a primeira cena, com "guy" tocando seu violão velho, todas as músicas de "Apenas uma Vez" acertam em cheio, tanto na melodia como nas letras fortes, casando sempre muito bem com o contexto das cenas. Elas foram realmente compostas e executadas pelo casal de atores/músicos.

E como se não bastassem motivos para ficar pensando, o pôster de "Apenas uma Vez" deixa uma pequena frase que vai martelar na sua cabeça:

"How often do you find the right person?"


Então, se você veio aqui procurando um filme para pensar: procure "Apenas uma Vez" na sua locadora. Assista, ouça e passe bons dias pensando!

2 de junho de 2009

Abaixo a monarquia!!

Ontem, depois da academia, cheguei em casa cansado. Sentei no sofá, liguei a TV e comecei a ver o filme que estava passando. A cena de uma moça dançando enquanto um faxineiro olhava apaixonado me prendeu a atenção e quando dei por mim já estava assistindo "Um Príncipe em Minha Vida".

Numa das cenas do filme o casal, formado por uma plebéia e pelo tal príncipe, conversam sobre onde iriam passar a lua-de-mel (com hífen ou sem?? droga de reforma ortográfica!) e a sugestão da noiva pelo Marrocos logo é descartada por problemas de segurança e trocada por uma temporada na casa do rei da Espanha. Coisa mais sem graça!!

Imagine que coisa mais chata não poder andar calmamente pelas ruas de Barcelona e decidir sentar em algum lugar para tomar um vinho e ouvir uma guitarra espanhola?? Ou estar perdido pelas ruas de uma cidadezinha francesa, sem saber escolher direito um bom lugar para almoçar??

E refletindo sobre isso acabei indo mais longe e pensando em como muita gente sofre esperando por príncipe ou uma princesa... Aquela pessoa perfeita, que vai lhe completar e juntos serão felizes para sempre, passarinhos cantando, the end.

Agora me diz: quem foi que disse que você vai ser feliz com um príncipe?? Quem disse que a vida na corte com aquela princesa é o máximo?? Quem decretou que o ápice da felicidade humana é formar a família da propaganda de margarina???

Encontrar um parceiro da "família real", seja príncipe ou princesa, pode ser a coisa certa para muita gente! Mas não necessariamente para todos!! Alguns podem ser felizes para sempre ao encontrarem aquela pessoa com quem poderão divir a barraca e a mochila em viagens pelo mundo. Outros irão preferir que o príncipe e a princesa morem cada um em seu castelo. Outros ainda poderão passar a vida muito bem sem precisarem ter um amor de realeza. Ora, deve ter gente por aí que prefere ficar com a bruxa má e viver feliz limpando caldeirões! Vai saber...

Espero que um dia essa ditadura da monarquia romântica seja derrubada e que cada um tenha a consciência de buscar qual o melhor final pra sua história! Com certeza nesse dia os finais felizes serão muito mais frequentes (tá bom... sem trema!)

30 de maio de 2009

28 de maio de 2009

Oi?? Memética???

Só depois que escrevi e li que percebi que o post anterior parece um meme.

Mas não é não. Ou melhor não era, porque a idéia saiu da minha própria cabeça.

Mas enfim... se algum dos meus cinco ou seis leitores diários se interessar em postar sobre sua refeição inesquecível, isso pode até virar meme. Na acepção original da palavra.

Não vou convocar ninguém porque sou péssimo pra isso. Mas se você (é, você aí mesmo!) passar por aqui e resolver postar no seu blog, me avisa que eu quero ler hein??

Uma refeição inesquecível

Outro dia estava conversando com amigos sobre refeições inesquecíveis.
Já comi tantas comidas maravilhosas que fica praticamente impossível dizer qual foi a melhor. Como escolher entre aquele prato saboroso feito em casa e aquele provado num restaurante surpreendente e não ser injusto?? Ou entre uma refeição cercada de ótimos amigos e aquele jantar romântico com uma pessoa especial??

Por isso que a minha escolha de refeição inesquecível é totalmente o oposto do que poderia se esperar. Diante de tantas opções boas, a minha refeição inesquecível foi a pior experiência gastronômica que tive na vida.

Depois de algumas horas de viagem, tínhamos acabado de chegar em Mont Saint-Michel. Todos com fome. As mulheres, loucas para fazer xixi. Passamos pelo primeiro restaurante. No segundo, a combinação fome+xixi baixou consideravelmente o grau de exigência da escolha. Entramos lá mesmo. E então começou o horror.

Um garçom apareceu para nos atender. Era o arquétipo preconceituoso do francês: mal educado, sujo e fedido. Sério, o cara não devia tomar banho há alguns dias. E não sabia o significado da palavra desodorante.

Bom... até aí, tudo bem. A comida poderia ser boa não é? Escolhi a omelete normanda, teoricamente um prato típico da Normandia. Uma garçonete veio pegar os pedidos. Mal educada?? Imagina... ela só devia estar ensaiando para o papel de guarda de de campo de concentração no grupo de teatro da Prefeitura de Mont Saint-Michel!

A moça nos tratava com a mesma gentileza de um cavalo chucro. E ela tinha uma ferida enorme no rosto. E purulenta. Eu já falei que a ferida era grande? E com pus? E ela anotando os pedidos e coçando a ferida... Disgusting...

Então vieram os pratos. A garçonete eqüina (o eqüino é meu e eu vou usar trema!) com aquele mesmo dedo de coçar a ferida começou a nos servir. Dedo este que ela colocava dentro dos pratos!!! Totally Fucking Disgusting!

E Deus ajude os normandos se eles realmente servem e realmente comem aquela coisa denominada omelete em outros restaurantes e casas da Normandia! A tal omelete era um prato de espuma. Parecia que o detergente que eles deveriam usar para lavar os pratos tinha sido usada para fazer o prato. E não tinha só a aparência de espuma de detergente. A gororoba realmente tinha gosto de detergente!

Vocês dirão que escolhi mal o prato. Mas o crepe do meu pai não ficava devendo nada para o meu omelete. Intragável. O croc monsieur da minha mãe era um pão queimado e frio. Mais sorte deu a minha irmã com um espaguete a bolonhesa. Comível.

Bom, depois disso ainda tínhamos a sobremesa, já incluída nos menus franceses. Vocês se perguntam como eu tive coragem de encarar, certo? Mas, como eu sempre digo: Tá no inferno, abraça o capeta! A torta de maçã foi o que me salvou de ficar com fome o resto do dia. Comi me forçando a ignorar o dedo do pônei normando que nos serviu.

É por isso, que dentre tantas refeições especiais, a minha refeição inesquecível é essa história de "terrir". Menos mal que Mont Saint-Michel é um lugar lindo demais. E ficou uma lição: antes de escolher onde comer, esvazie sua bexiga!

25 de maio de 2009

Dia do Orgulho Nerd

Ontem fiquei sabendo que hoje seria comemorado o Dia do Orgulho Nerd. Eu não sabia da existência dessa data e achei muito legal que os nerds agora tenham um dia para erguer a cabeça e andar por aí bem felizes e orgulhosos por serem como são.

Afinal, posso não ser o nerd mais radical, mas sim... sou nerd.

Sou fã de de Star Wars, adoro um gadget, eu que monto, instalo e arrumo o meu computador, eu tenho um monte de action figures nas prateleiras de casa, eu jogo video game, assisto Discovery Channel, gosto de tecnologia, amo cinema e curto pra caramba filmes de animação - principalmente os da Pixar e DreamWorks. Pra completar, sou tímido e desajeitado.

Tenho vergonha disso? Nem um pouco!! Nerd pode um dia ter sido um termo pejorativo mas cada vez mais os nerds vão deixando de ser os esquisitões que não se dão bem em nada para serem só mais um grupo de pessoas com seus gostos e suas preferências, como todos têm direito de ter.

E num mundo dominado pela tecnologia e pela disseminação da cultura pop, a tendência é que os nerds passem a ser cada vez mais valorizados. Até mesmo o preconceito maior de que nerds só se ferram com o sexo oposto vai caindo por terra. Duvida? Então clique aqui e aqui e veja porque as mulheres estão cada vez mais declarando por aí que amam os nerds.




É... Parece que ficou para trás o tempo em que a vingança dos nerds era só um filme besta da sessão da tarde...

22 de maio de 2009

O exorcismo

Irmãs e irmãos! Hoje venho aqui dar o meu testemunho. Pois já estou há oito meses livre das garras do demônio!!

Porque o orkut é a própria obra do tinhoso!! Quantas crises de ciúme foram desencadeadas no mundo por conta do tal orkut? Quantos relacionamentos terminaram? Quantas fofocas foram iniciadas? Quantas horas de trabalho foram perdidas xeretando a vida alheia???

É ou não é coisa do cramulhão???

Mas, falando sério agora: não estou sentindo a menor falta do tal orkut. No começo foi bem legal reencontrar aquelas pessoas desaparecidas há seculos. Mas com o tempo fui me decepcionando e o que é pior, me peguei também gastando tempo xeretando e me azedando com os outros. Acho que a maioria das pessoas acabou por desvirtuar o espírito do que deveria ser a tal rede social e o que deveria ser um espaço de aproximação de pessoas virou o centro nacional da fofoca.

Quero deixar claro que essa é a minha opinião, com a qual sei que a maioria dos internautas não concorda, maioria esta de quem entendo as razões e para quem eu dou todo o direito de discordar. No hard feelings!

Mas que é coisa do capeta, ah isso é!!

21 de maio de 2009

Ego me absolvo a peccatis meis...

Acredito que uma das capacidades mais difíceis para uma pessoa é a de encarar seus próprios erros. Eu mesmo reconheço a minha dificuldade nesse quesito e me pego muitas vezes preferindo não fazer do que fazer errado e outras fazendo bem escondido que é pra se errar, ao menos ninguém ficar sabendo.

Acho que isso tem muito a ver com a vaidade. No fim das contas o mais difícil é imaginar o que os outros pensarão dos seus erros.

Sim, eu tenho essa dificuldade. Mas tem gente bem pior...

Vejamos a minha vampirinha de estimação: Além das atividades de sugação, ela também vem se dedicando à auto absolvição. E qual a melhor forma de se absolver?? Culpar o outro, é claro!!

O impressionante é que para isso acontecer, a história tem que ser moldada de forma a agradar o gosto do freguês. Até aí tudo bem... Estou cansado de saber que a verdade é uma mentira bem contada em que os outros acreditam. O negócio é que eu sou personagem dessa história!! Eu vivi tudo e a Sra. J. vem me contar outra versão, completamente invertida, como se eu não tivesse sentido tudo na própria pele.

O que eu posso fazer? Eu tenho convicção dos meus erros e acertos. E no estágio em que estou, já não me importo se os outros vão me ver como mocinho ou vilão... Se ela se sente melhor dando a absolvição pra ela mesma, que seja!

18 de maio de 2009

Vampiros

Dizem que o Conde Drácula foi inspirado numa pessoa real, um certo Vlad III, O Impalador, conhecido como Draculea - o filho do dragão.

Esse cara existiu mesmo, era príncipe numa região que hoje fica na Romênia. Dizem que o cara era implacável com os inimigos e por isso que dura até hoje a sua fama de vampiro.

E por mais que pareça ficção, preciso contar uma coisa para vocês: VAMPIROS EXISTEM!!

Sim! Eles estão por aí! Mas não chupam o sangue de suas vítimas. O que eles sugam é a energia. Basta você estar bem que a criaturinha aparece para te deixar pra baixo.

E muitas vezes não é por mal. É a natureza deles. A maior parte dos vampiros não escolheu ser assim. Eles apenas são. A felicidade dos outros lhes incomoda. Então eles aparecem e sem fazer nenhum esforço sugam tudo o que você emana de bom.

Como eu sei tudo isso? Eu tenho uma vampirinha "de estimação". Basta eu dar uma respirada mais feliz que a criatura aparece e leva um pouquinho da minha alegria. Infelizmente não há alho, água benta ou crucifixo que espante esses monstrengos.

Só nos resta mesmo perceber e dar um basta nessa sugação. Fazer dos próprios pensamentos um escudo e se proteger do vampirismo, sem precisar de estaca de madeira ou outros apetrechos do Dr. Van Helsing.

14 de maio de 2009

I Me Mine

Desde que que me separei, tenho curtindo a solidão. Estar sozinho tem suas vantagens e eu estou aproveitando.

Não é que eu esteja aproveitando o fato de estar solteiro. Há uma diferença entre solteiro e sozinho e neste momento estou sozinho e é assim que quero estar. Estou mesmo é ME aproveitando. O meu tempo é MEU, as minhas decisões são MINHAS.

E o fato de não ter que dar satisfação à ninguém?? Isso é muito bom! Eu não estou com a mínima paciência de TER que fazer algo para agradar alguém.

Me dei conta de que, se for preciso eu me obrigar a fazer algo, é melhor não fazer. E assim, respeitando a minha vontade e o meu tempo, estou muito bem, obrigado!

नमस्ते

29 de abril de 2009

Filmes que fazem pensar




Ontem vi Vicky Cristina Barcelona, um filme que me fez pensar. Cada vez mais me convenço que a vida não tem sentido. Cada um que precisa buscar o seu próprio sentido.

“Life is short. Life is Dull. Life is full of pain. This is a chance for something special.” - Sentencia Juan Antonio.

E por alguns instantes tudo o que eu queria era estar em Barcelona, tomando um bom vinho e ouvindo uma guitarra espanhola. Poderia até ser sozinho. Ou muito bem acompanhado.

Para completar, Scarlett Johansson é S-E-N-S-A-C-I-O-N-A-L!

28 de abril de 2009

Sensacional!!

Parei Contigo (Ivan Lins / Paulo César Pinheiro)

Parei contigo quando saquei teu jogo
De vai e fica, de toma lá... dá cá
Meu coração por ti só passou sufoco
Só tô dando o troco, só tô dando o troco

Nem me procura pra não ter bate-boca
Não tenho mais cintura pra te aturar
Larga o meu pêlo vai se roçar nas ostras
Que eu já tô em outra, que eu já tô em outra

Perdão é deus quem dá
Pode até pedir que não vai colar
Pra quem me fez chorar
Eu só quero é rir...quá quá rá quá quá!

Quando eu cortei a tua não foi à toa
Fechei a tampa, mas foi na hora h
Segura a onda, desaparece, voa
Que eu tô numa boa, que eu tô numa boa

Cansei de quem só vive criando clima
Vai ver se eu tô na esquina, mas fica lá
Recuperei de vez minha auto-estima
Tô com tudo em cima, tô com tudo em cima

27 de abril de 2009

Short stories - vol. II - Diário

26/05
Muita gente não entendia porque eu não queria ter filhos. Acho que hoje me dariam razão. Vendo meus amigos com seus filhos, algumas vezes até tive vontade de ser pai. Mas seria muito egoísmo de minha parte. Os sinais já estavam lá há muito tempo... Eu não poderia condenar um filho a tanto sofrimento.

10/06
Lembro de algumas cenas da minha infância. Deitar sob um céu negro, todo pontilhado pelas mais brilhantes estrelas. Tomar banho de cachoeira nas férias de verão. Brincar na rua. Caminhar despreocupado na escuridão da praia deserta. Tinha certeza de que meu filho não viveria experiências como estas.

Eu achava que havia algo errado. Temia pela disparada da violência. Temia a vingança da natureza, que havia sofrido tanto na mão dos homens. Porém nunca imaginei o que estava vindo.

A maioria das pessoas nada viu. Como no conto da rã na chaleira, o aumento gradual da temperatura fez com que nós virássemos um belo ensopado de batráquios... Tivessem nos colocado na chaleira com a água fervendo e talvez a situação hoje fosse diferente.

A verdade é que eu mesmo não posso me excluir do grupo das rãs. Vi as coisas se deteriorarem, mas não acreditei que fossem chegar neste ponto. Nada fiz. Mas haveria algo que eu pudesse fazer?

13/06
Hoje sonhei com crianças. Não sei se ainda existem crianças no mundo. Com o passar de tempo, percebeu-se que elas não tinham muita resistência ao vírus. As vacinas e os antivirais, que no início da epidemia tiveram algum resultado, logo perderam efeito para as novas variantes do H1N1. Os adultos contaminados conseguiam resistir à doença por mais tempo. As crianças foram as primeiras vítimas. A taxa de mortalidade era altíssima.

21/06
A solidão nunca foi um problema para mim. Sempre gostei de ficar só com a minha companhia. Mas hoje ela me incomoda. Como consegui chegar tão longe? Será algum tipo de imunidade? Foi apenas sorte?

15/07
Depois que meus pais foram internados, consegui fazer um estoque de alimentos. No começo nem todos acreditaram na gravidade da situação. Não tive dificuldades. Tranquei-me no apartamento e segui os procedimentos indicados na TV. Hoje faz uma semana que não há mais transmissões na TV. Ainda consigo ouvir a rádio da capital.

21/07
Hoje foi feita a última transmissão de notícias pelo rádio. Disseram que a situação é gravíssima. O número de mortos no mundo chega aos milhões. Os funcionários foram mandados para suas casas e o narrador encerrou seu boletim desejando boa sorte aos ouvintes. Desde então a programação tem sido de música clássica.

22/07
O rádio e a TV ficam ligados 24 horas. Tenho esperança de receber alguma notícia, mas só recebo um loop ininterrupto de músicas clássicas.

29/07
Estou sem energia elétrica. No início pensei que tinha esquecido de pagar a conta. Depois percebi que na verdade não havia nem mesmo recebido a conta.

30/07
A noite passou e não havia nenhuma luz na cidade. Definitivamente o problema não foi na conta.

05/08
Talvez tenha havido algum tipo de toque de recolher. Talvez as pessoas por si mesmas tenham passado a evitar as outras com medo do contágio. O fato é que as ruas estão vazias. Os saques, comuns nos primeiros meses, já não vejo mais. Se ainda acontecem, ao menos não causam nenhum alvoroço.

03/09
Cortado o fornecimento de água. Meu Deus, isso é muito sério!

15/09
A necessidade de água foi maior do que qualquer medo. Abri a varanda e deixei os baldes enchendo com a chuva! Como é bom tomar banho.

02/10
Meu estoque de comida é baixo. Mas me preocupo mais ainda com a água. Tenho feito um racionamento mas sei que em breve terei que tomar alguma atitude.

20/10
Acabou a água. Devo ou não tomar a água da chuva?

01/11
É claro que eu tomei a água da chuva. Diminuí ao máximo o consumo de comida. As roupas estão cada vez mais largas.

16/11
Estou fraco. Ouvi vozes no corredor esta noite. Não consegui ver ninguém. Chamei e não houve resposta.

20/11
Se eu não sair em busca de comida, vou morrer. Decidi aumentar a ração pra me fortalecer. Em duas semanas eu saio.

27/11
Me sinto melhor. Meus músculos ainda estão fracos mas já sinto que ao menos conseguirei descer as escadas. Mesmo assim tenho medo do que irei encontrar nas ruas.

04/12
A comida acabou. Hoje é o dia. Estou de saída. Espero voltar com alguma comida. Mas se eu não voltar e alguém encontrar este diário, diga... Droga! Não já tenho ninguém para dizer mais nada...

Fenomenal

Tem coisas que só os corintianos que moram em Santos podem entender...

24 de abril de 2009

Golden Slumbers

Hoje acordei com essa música na cabeça. Exatamente essa versão.
Mas alguém pode explicar o que tem o pato a ver com isso??

8 de abril de 2009

É proibido fumar!!

Hoje foi aprovada aqui no Estado de São Paulo uma lei que proibe o fumo em todas as áreas fechadas de uso coletivo.

Eu sou totalmente antitabagista! E totalmente a favor da liberdade individual das pessoas! Acho que quem quer fumar tem todo o direito de fumar! Mas que vá fazer isso bem longe de quem não fuma (principalmente de mim)!

Minha paciência anda curtíssima ultimamente e os comentários dos fumantes sobre a tal lei me deixaram de queixo caído.

"Isso é preconceito!" - Diz um.

"Discriminação"" - O outro.

"Fere a minha liberdade!" - Um terceiro.

Como assim??? Preconceito, discriminação?? Esses caras não percebem que a proibição não é contra os fumantes e sim a favor daqueles que não fumam e são obrigados a inalar a fumaça dos outros?

Não se trata de ferir a liberdade. A pessoa tem todo o direito de fumar. Por mim pode fumar todos os cigarros da face da Terra até que os pulmões virem pedra-pomes! Mas que faça isso ao ar livre ou na própria casa, onde quem não fuma não é obrigado a fumar por tabela.

As reclamações beiram o absurdo! Seria a mesma coisa que eu reclamar de não poder transar no corredor do shopping. Será que isso também é preconceito ou uma agressão à liberdade?? É... Será que daqui a pouco vão pedir pra separar uma área pra isso também? Você chega no restaurante e o maître pergunta "Trepantes ou não trepantes?"

Haja paciência! E como eu já disse, hoje não estou com nenhuma!!!

17 de fevereiro de 2009

Meme - 6 verdades e 3 mentiras

Estou numa correria maluca. Mas me permiti um tempinho para agradecer as visitas e responder a "provocação" da Fofa.

Lá vai:

1 – Preciso tomar remédios para manter o colesterol baixo.
2 – Já ganhei R$ 1.000,00 para tirar uma xerox.
3 – Reprovei duas vezes antes de tirar a carteira de habilitação.
4 – Tocava clarinete na banda do colégio.
5 – Namorei uma mulher mais velha.
6 – Transei com duas mulheres ao mesmo tempo.
7 – Adoro dançar.
8 – Precisei fazer 3 exames para não reprovar no primeiro ano da faculdade.
9 – Já quebrei os dois braços e as duas pernas.

9 de fevereiro de 2009

Não há juízes em Brasília

Conta-se que em 1745 o Rei Frederico II da Prússia estava todo feliz em seu palácio. Seria tudo perfeito, não fosse um velho moinho estragando a bela vista que ele tinha de sua janela. Mandou derrubar o moinho, mas o dono do moinho se recusou a permitir. O rei, indignado, chamou o coitado do moleiro e lhe disse que deveria obedecê-lo e derrubar o moinho, afinal ele era o rei. O moleiro teria então respondido que ele até podia ser o rei, mas "ainda há juízes em Berlim". Essa frase é famosa e a moral da história é que em um lugar onde há juízes justos, até o poder de um rei tem limites.

Hoje eu estou indignado. Não quero generalizar... Mas aqui em Brasília não há juízes. A grande maioria deles se preocupa apenas em limpar a pauta e se livrar dos processos. É muito chato, como advogado, ver todo um trabalho longo, feito com muito estudo e dedicação ser disperdiçado porque um juiz simplesmente não leu o processo. Ou porque o tribunal está tão abarrotado que os Ministros procuram motivos inexistentes para não apreciar um recurso.

Pior do que esse sentimento de frustração como advogado porém é a minha indignação como cidadão. Não importa quantos juízes bons existam nesse país, uma coisa é certa: nenhum brasileiro pode confiar na justiça. Milhares de julgamentos corretos não dão segurança nenhuma quando se sabe que há processos que são apenas descartados, expurgados do Poder Judiciário sem que se dê a mínima atenção ao que está sendo pedido pelo cidadão.

Pois é amiguinhos! Estou revoltado!! Cansei de ver absurdos. Já tive negado pedidos que não fiz! Já tive sentença que tratava de assunto que não estava no processo! Já vi recurso indeferido porque a taxa foi paga em agência bancária fora do tribunal...

Meu amigo que mora na Suíça me disse que a maioria das pessoas no Brasil é desonesta. Eu não concordei com ele e continuo a não concordar. A maioria é honesta e correta. O problema é que a minoria desonesta faz um estrago absurdo. E o todo o resto fica olhando, honestos porém impassíveis.

5 de fevereiro de 2009

Medo de morrer

Fazia muito tempo mesmo que eu não escrevia aqui. Falta de tempo e uma mudança na vida são as desculpas, mas falarei mais sobre isso depois. Porque estive fora mas a minha cabeça continuou funcionando e tenho várias idéias esperando para virarem textos aqui.

Nesse post quero falar sobre o medo de morrer. Meu pai passou por duas cirurgias recentemente e comecei a pensar no medo de morrer.

Acho que essa idéia de fim é o que realmente nos assusta. Inexoravelmente nossa passagem nesse mundo está destinada a terminar. Dependendo do que fizermos, podemos no máximo continuar a existir nas memórias de quem ficou.

Realmente pensar nisso pode ser complicado. Mas tem gente que tem realmente medo de morrer. E deixam esse sentimento ficar tão forte que, por medo de morrer, terminam por não viver.

Percebi que eu não tenho medo de morrer. Eu tenho é medo de não viver. Já pensou que coisa mais chata? Ficar se podando, deixando de fazer coisas só pra poder viver mais um pouco??

É... Eu sei que a maioria das lesões acontecem com atletas de final de semana. E que queijo derretido aumenta o colesterol. Mas eu não vou deixar de comer pizza nem de jogar bola no sábado com medo de morrer mais cedo por causa disso!

नमस्ते