2 de setembro de 2009

Agora


Olho ao redor e não vejo estradas.

Há trechos de chão batido, onde os pés de muitos que já passaram antes fazem com que a grama não cresça mais.

Mas não há estradas. Há o horizonte. À frente, não posso ver mais claramente além do amanhã. Além dele, o incerto. Para trás, o ontem é só uma lembrança. Jamais um destino. Antes dele, só há os caminhos que me fizeram chegar até aqui.

Qual direção seguir? Sigo os passos que vieram antes? Qual seria o caminho mais fácil? Qual seria o mais prazeroso? Qual seria o mais rápido até meu destino? Se é que algum dia irei chegar a um destino... Se é que há um destino...

Vou traçando a minha rota. Vou riscando o meu mapa. Mas não há estradas... Sempre possível mudar de direção. E talvez, por que não, dar alguns passos para trás.

Caminho sozinho. Ainda vou cruzar com outros viajantes. Vou trombar com alguns. Vou acompanhar outros. Mas no fundo mora a certeza de que, para cada um, essa é uma jornada pessoal.

E o tempo segue inexoravelmente seu curso. Não há como perdê-lo. Ele não é meu. Ele só me lembra que tudo é mutável. Tudo se encerra.

Sou? Ou estou? O tempo é agora.