29 de junho de 2009

Too old to Rock n´ Roll, Too young to die.

O título do post de hoje é inspirado no álbum homônimo do Jethro Tull, que gira em torno da história fictícia de uma estrela do rock n´roll e sua decadência com a idade chegando.

Estive nos últimos dias acompanhando o meu pai, se recuperando de nova cirurgia no hospital. Quando minha irmã e meu cunhado me chamaram para ir a um barzinho no domingo, logo aceitei. Um pouco de diversão faria bem.

Chegamos e pelo lado de fora já vi que a música era boa. A fila era grande, dei uma desanimada. Mas nada como alguns contatos... Entramos pela lateral e sem pagar couvert. Bom né?

Eu sei que vou parecer muito presunçoso... Mas quando entrei me senti um movie star. Ok, rock star, pra ficar dentro do tema... Todas aquelas mulheres estavam realmente olhando e sorrindo para mim? Haja presunção, mas eu realmente me senti bem!

Porém em pouco tempo as minhas reações foram se misturando. Ok, a música era boa. Ok, as pessoas eram bonitas. Ok, a receptividade parecia boa. Mas, Deus do céu, aquilo tava parecendo geral do maracanã em dia de FlaFlu! Tinha que pedir licença e fazer malabarismo pra levar o copo até a boca. Se quisesse ir no banheiro era bom planejar com uma hora de antecedência, sob o risco de não ter tempo suficiente...

Foi então que comecei a pensar: "Será que eu estou velho demais pra isso???"

Olhei ao redor. Tinham pessoas mais novas. Mas também tinham mais velhas. Eu estava cronologicamente dentro da média. A música também se enquadrava com a faixa etária. Resolvi relaxar e tentar curtir... Mesmo a temperatura interna estando uns 10 graus acima da que fazia do lado de fora... Mesmo eu me espremendo mais do que pra pegar lugar no tobogã em dia de jogo do Timão...

É, realmente as meninas olhavam... Bastante... Realmente eu sou tímido pra cacete. Comecei a ficar puto comigo mesmo, alguma coisa eu precisava fazer! Será que existe um curso de small talk? Preciso de uma reciclagem! E de preferência que tenha como extra uma palestra "Além do som alto: como compreender seu interlocutor." Alguém puxou a minha mão. Não estava entendendo nada... Pisquei duas vezes... Eu realmente estava sendo puxado pela moça, que me olhava e só faltava dizer: "Vai ficar aí parado?"

Meu cunhado aparece. "Léo, vamos sentar lá fora? Isso aqui tá uma loucura!"

Sentei na mesa ainda meio atordoado. Será que estou velho mesmo? Que nada!!
Sim, eu não tenho mais vinte e poucos. Sim, as coisas mudaram nos últimos anos. Sim, passei algum tempo longe dessas coisas. Mas é só questão de readaptação (tips are welcome, thank you!). Afinal, como diz a música:

No, you're never too old to Rock'n'Roll if you're too young to die.

19 de junho de 2009

Noite estranha

Depois de uma reunião bem estressante, cheguei em casa caindo pelas tabelas. Minha cama me chamava insistentemente, então acabei dormindo cedo.

Fui acordado por um telefonema. Não sei que horas eram. Não sei quem era... não deu tempo de acordar e atender.

Só sei que depois disso o sono não veio. Sensação estranha. Depois de tanto tempo muito bem, obrigado, me senti sozinho... A cama pareceu maior. O apartamento pareceu enorme. E o frio aumentou.

O sono não vinha. Eu pensando merda. E a cama ficando maior e mais fria...

Chega! Acendi a luz, peguei meu livro e li até dormir.

Acordei hoje de manhã. Mal pra caramba... Dor no corpo... Febre... Era apenas uma gripe! Ufa!

Pra isso o remédio é bem mais fácil!

17 de junho de 2009

Short stories vol. III - Em algum telefone

- Eu não acredito que você não me ligou!
- Eu já ia ligar. Acabei de chegar em casa.
- Você não se preocupa comigo? Depois de tudo que eu passei?
- Claro que me preocupo. Afinal passamos juntos né? Eu estava lá com você também...
- É...
- ...
- Mesmo assim! Você não se importa comigo!! Custava ter ligado antes?
- Bem, poderia não custar. Mas meu celular foi roubado. Junto com o seu. Lembra?
- Isso é sarcasmo? Não tem graça! Você sabe que eu odeio isso!
- Desculpa...
- Quer saber? Acho melhor a gente terminar isso por aqui mesmo!
- A conversa?
- Não! O namoro!!
- Como assim?? Por quê???
- Ahh, você não percebe?? Você não se importa comigo! Você não gosta de mim!!
- Mas...
- Não adianta! Não vem com desculpa. Vamos terminar... É melhor...
- Err... Tá bom...
- Então tchau!
- Err... tchau...


(Passam 30 segundos. O telefone toca)

- Alô?
- Você quer mesmo terminar comigo?
- Eu? Mas foi você quem falou que era melhor terminar!
- É... E você não falou nada!! Você ia aceitar?
- O que mais eu poderia fazer? Implorar? Quando um não quer, dois não namoram...
- É. Mas você nem pra insistir... pra brigar...
- Você tava me testando né?
- Não! Imagina. Eu? Te testando? Humpf!
- Então você quer terminar?
- Não mude de assunto! Estamos falando de você!
- Mas eu não quero terminar o namoro...
- Só que você não falou nada...
- Eu falei!
- Olha, vamos encerrar isso agora né? É melhor!
- O namoro?
- Não! A conversa!
- Aahhh...
- Vem me ver?
- Daqui a pouco estou aí.
- Te amo!
- Também te amo!

8 de junho de 2009

Filmes que fazem pensar II


Graças ao Sitemeter descobri que tenho muitos visitantes que acabam chegando aqui no blog procurando filmes que fazem pensar. OK... Descobri também que alguém veio procurando "garotas de 15 anos transando" (WTF!?! Some daqui pervertido!! Vou mandar seu IP pra Policia Federal hein!?!). Mas... Voltemos aos filmes que fazem pensar...

Semana passada comprei um DVD que está na lista dos meus filmes favoritos. Um filme que me impressionou por vários fatores, mas acima de tudo um filme daqueles que fica na cabeça e que te deixa refletindo mesmo muito tempo depois de sair do cinema.

Apenas uma Vez (Once) é um filme independente, filmado com um orçamento baixíssimo, com duas câmeras digitais e atores desconhecidos. E prova que não é necessário gastar milhões, ter a maior tecnologia, nem contar com Angelina Jolie e Brad Pitt para fazer um belo filme. Toda sua força vem da sua narrativa, da atuação primorosa do casal protagonista e da marcante trilha sonora.

O filme conta a história de um cara que toca violão e uma menina que vende flores nas ruas de Dublin. Nunca sabemos os nomes deles. Nos créditos só aparece "guy" e "girl". A música aproxima os dois e que o aparenta ser o clássico enredo "guy meets girl" acaba por ser recheado de emoções e elementos que fazem impossível não se identificar com tudo que se está vendo na tela.

Os dois protagonistas são vividos por músicos de verdade (Glen Hansard e Markéta Irglová) e talvez até mesmo por não serem atores e por se conhecerem fora das telas, as atuações são sólidas e verdadeiras. Um detalhe da vida que imita a arte - ou não - é que os dois começaram a namorar durante as filmagens.

A trilha sonora é sensacional. Desde a primeira cena, com "guy" tocando seu violão velho, todas as músicas de "Apenas uma Vez" acertam em cheio, tanto na melodia como nas letras fortes, casando sempre muito bem com o contexto das cenas. Elas foram realmente compostas e executadas pelo casal de atores/músicos.

E como se não bastassem motivos para ficar pensando, o pôster de "Apenas uma Vez" deixa uma pequena frase que vai martelar na sua cabeça:

"How often do you find the right person?"


Então, se você veio aqui procurando um filme para pensar: procure "Apenas uma Vez" na sua locadora. Assista, ouça e passe bons dias pensando!

2 de junho de 2009

Abaixo a monarquia!!

Ontem, depois da academia, cheguei em casa cansado. Sentei no sofá, liguei a TV e comecei a ver o filme que estava passando. A cena de uma moça dançando enquanto um faxineiro olhava apaixonado me prendeu a atenção e quando dei por mim já estava assistindo "Um Príncipe em Minha Vida".

Numa das cenas do filme o casal, formado por uma plebéia e pelo tal príncipe, conversam sobre onde iriam passar a lua-de-mel (com hífen ou sem?? droga de reforma ortográfica!) e a sugestão da noiva pelo Marrocos logo é descartada por problemas de segurança e trocada por uma temporada na casa do rei da Espanha. Coisa mais sem graça!!

Imagine que coisa mais chata não poder andar calmamente pelas ruas de Barcelona e decidir sentar em algum lugar para tomar um vinho e ouvir uma guitarra espanhola?? Ou estar perdido pelas ruas de uma cidadezinha francesa, sem saber escolher direito um bom lugar para almoçar??

E refletindo sobre isso acabei indo mais longe e pensando em como muita gente sofre esperando por príncipe ou uma princesa... Aquela pessoa perfeita, que vai lhe completar e juntos serão felizes para sempre, passarinhos cantando, the end.

Agora me diz: quem foi que disse que você vai ser feliz com um príncipe?? Quem disse que a vida na corte com aquela princesa é o máximo?? Quem decretou que o ápice da felicidade humana é formar a família da propaganda de margarina???

Encontrar um parceiro da "família real", seja príncipe ou princesa, pode ser a coisa certa para muita gente! Mas não necessariamente para todos!! Alguns podem ser felizes para sempre ao encontrarem aquela pessoa com quem poderão divir a barraca e a mochila em viagens pelo mundo. Outros irão preferir que o príncipe e a princesa morem cada um em seu castelo. Outros ainda poderão passar a vida muito bem sem precisarem ter um amor de realeza. Ora, deve ter gente por aí que prefere ficar com a bruxa má e viver feliz limpando caldeirões! Vai saber...

Espero que um dia essa ditadura da monarquia romântica seja derrubada e que cada um tenha a consciência de buscar qual o melhor final pra sua história! Com certeza nesse dia os finais felizes serão muito mais frequentes (tá bom... sem trema!)