29 de agosto de 2008

Achtung!

Ainda deu tempo de fazer um ultimo post da Suica.

Voce acha que os cisnes sao animais formosos, serenos, que representam a beleza e a tranquilidade, certo?

Errado!!!

Estava eu tomando meu cafe da manha sentado calmamente num banquinho na margem do lago Zurich. De repente um simpatico cisne se aproxima. E se aproxima. E se aproxima mais ainda. E fica bem perto.

-"Opa amiguinho! Quer um naco de sanduba?" - E joguei um pedaco de pao pro bicho que tava me olhando ja meio estranho.

E ficamos um tempo assim... ele encarava, eu jogava um pedaco de pao e tudo bem. Mas ai acabou o pao... E o marreco metido a besta ficou puto da vida!

Serio! O cisne psicopata comecou a fazer uns barulhos bem sinistros. Nao tem nada a ver com um quack ou coisa assim. Parece um pouco com os mini dinossauros carnivoros do Jurassic Park...

Eu estava pronto para disparar meu sapato 44 no bico do danado. Mas tive pena do patinho feio e pensei que nao sabia quais eram as leis de protecao da fauna local em Zurich. Como os barulhos sinistros estavam ficando cada vez mais insistentes e o bico cada vez mais perto de acertar orgaos importantes, resolvi deixar o lago pra la e ir olhar outras paisagens.

Fica aqui o aviso: Achtung mit der Schwäne!

28 de agosto de 2008

Entschuldigung


Antes de mais nada: desculpem a falta de acentos. Estou escrevendo num legítimo computador suíço sem acentos. Quando eu voltar, vou editar e corrigir tudo.

Já estou a cinco dias aqui na Suíça e consegui ver muita coisa. Mas principalmente já consegui descansar bastante, mais ainda o cérebro!

Me ajudou muito nessa limpeza da mente a ida ate o Rigi Kulm. A Theres me convidou para subir essa montanha. Disse que era uma caminhada de 4 horas e que depois desceriamos de teleférico.

Aceitei sem pensar muito, afinal o que mais tenho feito desde que cheguei aqui é caminhar. O que eu não sabia e que dessas 4 horas, no mínimo umas 3 devem ser subindo uma ribanceira até uns 1500 metros de altitude em ângulo de 60 graus!

Isso sim que é meditação. Isso que é limpar a mente. Depois da primeira meia hora subindo tudo o que eu conseguia pensar era no próximo banco em que eu poderia descansar! Quando chegamos na segunda estação do trem que sobe a montanha resolvemos pegá-lo e subir só o último trecho a pé.

A ida até o topo não valeu muito pela vista. As nuvens deram poucas chances de ver algo. Mas o contato com a natureza, no ar puro, ouvindo os sinos das vaquinhas foi muito bom. Se a caminhada para cima foi dificil, descer foi bem mais tranquilo e proveitoso.

Mas o ponto alto dessa viagem ainda continua sendo a ida ao Jungfraujoch. Uma viagem de duas horas e meia de trem, passando por vales verdes e montanhas cobertas de neve ate o trecho final em um tunel cavado montanha acima te deixa no alto dos Alpes, bem no meio de uma geleira!

A 3500 metros de altura o ar faz muita falta. E é muito frio, mesmo em pleno verão e com muito sol. Subir lá no alto das montanhas, com aquela vista, o gelo e tudo mais foi sensacional. Realmente um programa imperdivel para quem for para a Suíça!

A foto de cima e uma amostra.
Bom, por enquanto é so. Talvez no proximo post já esteja em Paris.
Auf Wiedersehen!

22 de agosto de 2008

Postando do aeroporto

Faltam quase duas horas para o embarque. Estou na sala de espera, digitando no palm. Próximo post direto da Suíça!

20 de agosto de 2008

Filosofando

"Talento é quando um atirador atinge um alvo que os outros não conseguem. Gênio é quando um atirador atinge um alvo que os outros não vêem."
Arthur Schopenhauer

18 de agosto de 2008

Eterno amor

Nos últimos dias andei me fazendo uma pergunta: amor dura pra sempre?

Vejam bem... a pergunta não é se amor agüenta qualquer desaforo. A pergunta é se amor de verdade é um sentimento que não termina.

E vocês podem achar que eu sou apenas um tolo romântico. Mas, pensando na minha história de vida, conclui que amor de verdade é sim eterno. Relacionamentos não são. Esses com certeza terminam.

Minha primeira namorada... Será que foi amor de verdade? Bem, com certeza foi um sentimento muito forte. Afinal era a primeira. Passados mais de 12 anos eu sei que a total inexperiência faz tudo parecer muito mais forte. Mas mesmo passado tanto tempo e mesmo não tendo mais nenhum contato com ela, sinto um carinho muito grande por tudo o que foi vivido e por tudo o que significou na minha vida.

Já com a Sra. S, foi muito diferente. Com certeza foi amor de verdade. Muito tempo juntos. Muitas experiências. Crescemos muito. Aproveitamos muito. E certamente desenvolvemos uma conexão muito forte. A relação acabou. E o sentimento? Certamente mudou... Mas com certeza algo ainda existe. Os gregos tinham várias palavras para o que chamamos de amor, com conotações diferentes. O que eu sinto por S não é o sentimento que une os amantes, mas que existe, existe.

Quando eu e S ficamos um ano separados, conheci a Ju. Ficamos juntos pouco tempo. Nunca disse para ela que a amava. Mas hoje me arrependo por que com certeza a amei. Ju é uma grande amiga e já me ouviu e me aconselhou muito. É um amor de amigo, mas ele existe.

E por fim a Sra. J. Bem, eu me casei com essa mulher. Mas só o tempo dirá se era amor de verdade. Talvez tenha sido loucura ou como ela mesma diz, talvez eu tenha amado alguém que idealizei mas não existe. Quando a poeira baixar e não sobrarem nem as cicatrizes das feridas, saberei o que foi.

Ou não...

14 de agosto de 2008

Hora de ir

- Fala Luis!

- E aí Léo? Tudo bem?

- Ah cara... Não tô muito bem não. Tô precisando antecipar minhas férias. Posso me convidar pra passar uma semaninha aí?

- Claro. Vai ser um prazer. Mas eu não posso mais tirar férias esse ano. Você vai ter que ficar sozinho. Mas minha casa aqui é legal, tem uma varanda com vista pros Alpes...

- Justamente o que eu preciso. Tá fechado!

E lá vou eu para a Suíça! Estou correndo para adiantar tudo aqui e deixar as coisas em ordem. Em uma semana embarco para Zurich. Passar um tempo longe da rotina me fará um bem danado!

12 de agosto de 2008

Garota esperta

Essa aconteceu quando minha irmã devia ter uns 5 anos e eu 7.

- Mãe, o que é sexo oral?

- Ah minha filha... Você é muita nova pra entender!

- Ahhhhh.... Então explica pro Leonardo!


- ...

10 de agosto de 2008

A Outra

Acabei de voltar do cinema. Fui ver "A Outra".
Gostei do filme.

Scarlet Johansson. Tem quem fale que ela tem bocão, narigão... Pode ser tudo isso mas, pra mim, é linda demais.

Mas o que me marcou mais foi a dica que a mamãe Bolena dá para as filhas:

"See how they achieve what they want from their men, not by stamping their little feet, but by allowing the men to believe that they are indeed in charge. That is the art of being a woman."


Tá certíssima Dona Bolena! As mulheres sempre conseguem o que querem dos seus homens. Mas as que fazem eles se sentirem no comando, conseguem por muito mais tempo.

9 de agosto de 2008

Brilho eterno

Brilho eterno de uma mente sem lembranças é certamente um dos meus filmes favoritos.

Você gostaria de esquecer um amor que acabou? Desde que vi o filme já pensei muito sobre isso. Racionalmente a resposta é não. Um amor passado faz parte da vida. Os momentos bons e os ruins fazem na verdade parte de nós, nos constroem como pessoas. Certamente os amores passados nos fizeram ser o que somos hoje. E, espera-se, devemos ter aprendido algo com eles.

Mas hoje é diferente.

Está frio. Está chovendo. Estou sozinho. E não quero fazer nada.

Não é que eu sinta pena de mim mesmo.

Mas só por hoje, eu quero esquecer.

Short stories - vol. I - Untitled

Acordou assustada porém não pôde se mover. Suas mãos estavam amarradas por trás das costas, firmemente presas no encosto da cadeira. Olhou para os pés e viu as fitas que os amarravam.

A cabeça latejava. Pontadas fortes que pareciam impedir os pensamentos. Algo estava encrostado em seu olho direito. Passou a língua pelos lábios e sentiu o gosto de sangue.

- “Filho da puta!” – pensou.

Tentou gritar mas apenas conseguiu balbuciar. Com o olho esquerdo aberto viu quando ele se aproximou. Ele não disse nada, apenas apertou o seu pescoço e fez um sinal negativo com a outra mão.

Todo de preto. Máscara. Luvas. Mudo. Ela sabia que conhecia o desgraçado. Mas quem teria motivo para fazer isso com ela?

Apenas uma pessoa poderia odiá-la tanto. Mas será que ele faria isso? Ele jamais faria mal a ninguém, muito menos a ela. Ele era patético!

Casara com ele completamente apaixonada. Mas ela precisava de mais. Precisava de limites. Precisava de controle. E não podia mais segurar sua necessidade de ser desejada. Sabia que tinha os homens aos seus pés. Não estava nesse mundo para ser uma esposa recatada. Ela era viciada no poder de seduzir.

Sim ela amava o marido. Mas também o odiava. Ele era tudo o que ela queria, mas era um idiota. Ele a cobria de mimos e ela o odiava. Ele a perdoava e ela o odiava mais ainda.

Um dia começou a retribuir as investidas do colega de academia. No início era uma brincadeira excitante, apenas isso. O conflito moral dentro dela não permitia nada mais.

Ela reclamava. Se irritava. O ofendia. Mas o idiota nada fazia. Continuava igual. Pateticamente perfeito. Amorosamente resignado.

Não pôde mais se controlar. Aceitou o convite do colega de academia. Ele era feio. Ele era grosseiro. Mas ela gozou como nunca. Voltou para casa se sentindo culpada. E por isso odiou ainda mais o marido.

Passou a encontrar-se sempre com o colega de academia. Certo dia o tal amante francês ligou para ela em sua casa. O marido atendeu. Questionou-a, mas ela inventou uma desculpa esfarrapada que ele achou melhor aceitar. Mas era o que bastava para ela terminar o caso.

Depois foram outros. Muitos outros. Ela voltava tarde e dizia que estava no trabalho. Depois passou a trabalhar no final de semana. A ter viagens de negócios. Todas as desculpas mais esfarrapadas ele aceitava. Não entendia o porque mas seu marido aceitava tudo. Ela agora o odiava com todas as forças.

O soco tirou-a do devaneio. O homem de preto era real e estava descarregando sua raiva nela. Só podia ser seu marido, finalmente reagindo diante de tantas humilhações que ela o fizera passar. Por um instante lembrou-se do homem pelo qual se apaixonara.

- “Eu te amo!”

- “Cala a boca, sua vagabunda!”

Reconheceu o sotaque. O francês!

- “Me ama? Você é uma vagabunda! Quem você pensa que é pra me deixar?”

Mais um soco. Sentiu a dor e soube que seu rosto estava desfigurado. Pensou se ainda conseguiria seduzir alguém sem seu rosto lindo.

De repente uma explosão seca. Com os olhos inchados, mal consegue ver. Mas o francês está estendido no chão. Há sangue. Muito sangue.

Ouve passos. Alguém tenta lhe soltar da cadeira.

- “Calma, meu amor. Eu vou te soltar.”

Seu marido chegara em casa. E lhe salvara da fúria do francês.

- “Você é um idiota. Eu te odeio.”

7 de agosto de 2008

Garden State

Que droga! Hoje não pude ir na última aula do curso de cinema que eu estava fazendo. Logo hoje que o tema seria som e trilha sonora, dois aspectos que me fascinam no cinema.

Pensando nisso lembrei de um filme que adoro. Hora de Voltar (Garden State) já seria um filme excelente pelo roteiro, pela atuação dos atores e pelo belo trabalho de direção do estreante Zach Braff. Mas o que mais me marcou nesse filme foi a trilha sonora, também selecionada e produzida por Braff.

Na cena que segue fica bem claro como a música certa, no momento certo, faz toda a diferença.

Hora de Voltar não é o melhor filme de todos os tempos. Mas é impossível não curtir essa história que faz rir e chorar ao mesmo tempo. Como a vida na maior parte das vezes não é?

O que você está fazendo aí que ainda não viu esse filme? Corra já pra locadora! E já vai baixando a trilha também!


6 de agosto de 2008

The cage

Um garoto vai desesperado até sua mãe, com uma gaiola na mão:

- Mãe, meu canário está doente!

A mãe olha com pena para o filho e diz:

- Filho, é melhor soltar esse canário. Ele está triste por estar preso...

- Mas mãe! Eu amo o meu canário!!

- Eu sei meu filho. E por isso mesmo deve soltá-lo. Você prefere ele preso e doente, ou que viva solto mas feliz e cantando?

- Prefiro ele feliz e cantando...

- Então deixe ele ir. Quem sabe ele não volta para cantar na sua janela?



Fran Healy conta uma história mais ou menos assim para explicar o sentido de "The cage".

4 de agosto de 2008

Menos um!

Hoje é meu aniversário! Sempre pensamos que no dia do aniversário completamos mais um ano de vida. Outro dia porém ouvi alguém dizer que na verdade temos é menos um ano de vida...

Pode parecer meio depressivo, mas na verdade é bom pensar nisso e acordar!

A vida está acontecendo agora! Lennon já nos avisou que a vida é o que acontece enquanto estamos ocupados fazendo outros planos.

Eu não sei se eu entendi o "eterno retorno" de Nietzsche. Só sei que o conceito pode ser assustador: Você quer viver eternamente repetindo o que está fazendo agora? Você quer que a decisão que você acaba de tomar seja tomada sempre e infinitamente?

Nem tente entender de onde o filósofo doido tirou essa idéia, ou se é verdade, ou como isso seria possível... O importante é pensar que, se isso for verdade, está mais do que na hora de tomar a responsabilidade pela sua própria vida e vivê-la da melhor forma possível. Porque se você não estiver fazendo o melhor pode estar condenado por você mesmo a fazer igual eternamente.

Quando eu lembro das besteiras que eu já fiz nessa vida e confronto com o eterno retorno fico numa raiva. "PUTA MERDA! Passar por aquilo de novo, NÃÃÃOOOO!!"

Em compensação... se for parar pra pensar nas coisas boas! Ahhhh!! Eu quero é mais!!

Então meninos e meninas... Não fiquem esperando por um futuro melhor! Levantem e façam o melhor agora! Se não daqui a pouco é um ano a menos! E mais escolhas já passadas para repetir eternamente!

E feliz aniversário para mim!!