12 de agosto de 2009

Diário de bordo - 25/08/2008

Dia de trabalho para Luis e Theres. Normalmente eles vão de bicicleta até a estação de trem. Mas como eu iria também, saímos um pouco mais cedo e fomos a pé.

Compramos o café da manhã na estação, enquanto esperávamos o trem de 7:20. A pontualidade é impressionante. Eles não precisam se preocupar com atrasos, trânsito, nada disso. Vão sentadinhos no trem, tomando seu café e lendo o jornal do dia e sabem direitinho a hora que devem sair de casa e que horas vão chegar no escritório.

O Luis me deu umas dicas e eu desci na primeira estação de Zürich (Stadelhofen). Fui até o lago, sentei num banquinho e comecei a tomar meu café da manhã. Um cisne apareceu e eu dei uns pedaços de pão. Mas o bicho começou a ficar meio bravo. Resolvi sair dali.

Ainda era muito cedo. Estava um pouco frio e a cidade ainda começava a funcionar. Andei um pouco pelas margens do lago. De um lado fica a costa dourada - o lugar onde o sol bate e as casas são lindas e caras. Do outro lado fica a costa do espirro - o lugar onde o sol nunca bate e as casas são lindas mas mais baratas.

Segui andando pelas margens do rio Limmat, conhecendo e fotografando Zürich até chegar na Rathaus - antigo prédio da prefeitura. A essa altura o sol já tinha aparecido e estava mais quente. Ainda era bem cedo e havia alguns velhinhos pescando no rio. Fiquei ali sentado, olhando a cidade se movimentar, lendo o meu livro e pegando um pouco de sol.

Dei uma olhada no guia e resolvi seguir o rio. Cruzei a ponte até a Platz Promenade para ver de perto o prédio do Schweizerische Landesmuseum. Depois segui andando pelo parque com a minha mochila nas costas. Percebo uma moça me seguindo... Ela passa olhando e continua. Dali a pouco volta. Estava me cercando. Veio falar algo em alemão e eu logo respondi no melhor vernáculo de Goethe:

- Ish ispreske kaine dóitch...

- Do you have marijuana? - Pergunta a moça em inglês fluente.

- No... errrrr.... sorry... - Respondo meio surpreso.

- Anything else?

- No, nothing at all.

- Do you know where can i find?

- No, i´m sorry. I´m not from Zürich.

- Oh... OK. Bye - Diz a moça decepcionadíssima.

- Bye... err... Good luck...

Mais tarde o Luis me explicou que geralmente os traficantes andam nos parques com uma mochila nas costas!

Continuei seguindo o rio. Iria me encontrar com o Luis para almoçar então não poderia demorar. Nas margens do rio vi alguns terreninhos bem pequenos com jardins, hortas, pomares, churrasqueiras. Alguns até tinham cabanas. Depois fiquei sabendo que são espaços alugados pela prefeitura para pessoas que moram em apartamento mas querem ter o seu quintal...

Almocei pizza com o Luis e a Moenke, uma alemã que morou no Brasil dando aula de línguas. Sempre corrigia o Luis quando ele falava português errado!

Peguei um bonde de volta até a Hauptbanhoff. A tarde fui conhecer o centro de Zürich. Comecei por Lindenhof, uma colina onde a cidade foi fundada pelos romanos. A vista é bem legal. Mas o calor estava de matar. Fiquei ali lendo um pouco e vendo algumas pessoas jogarem xadrez gigante enquanto descansava.

Depois fui andando meio sem destino pelas ruas até chegar na Paradeplatz, onde estão as sedes dos maiores bancos. Aproveitei pra dar uma olhada na famosa confeitaria Sprüngli, cuja vitrine lembra mais uma joalheria. Ainda tive tempo e conhecer a bela igreja protestante Grossmünster e dar umas voltas pelas ruas medievais do antigo bairro Niederdorf.

No fim do dia encontrei o Luis e fomos comer o típico bratwurst com cerveja. É engraçado. A salsicha vem num pedaço de papel que lembra mais um jornal. Aí você pega um pouco de mostarda e um pão redondo duro que nem pedra que ficam ali no balcão e vai comer sua salsicha no banquinho mais próximo.

O papo e a cerveja estavam bons e acabamos perdendo a hora do trem direto para Uster. Pegamos o outro que vai parando pelo caminho, mas mesmo assim em pouco mais de meia hora estávamos de volta.

Amanhã vou explorar Uster!

Comentários pós-viagem:

- Para saber mais sobre o cisne maluco, clique aqui.

- Viajar bem acompanhado é ótimo. Mas sozinho também tem suas vantagens. Nem todo mundo tem paciência de andar sem destino por uma cidade desconhecida. E definitivamente ninguém teria paciência de ficar lendo filosofia junto comigo nas margens do rio Limmat!

- Guarde seus tickets de trem. Eles servem para andar durante o dia no excelente sistema de bondes de Zürich. Só soube quando o meu já tinha ido pro lixo.

- E mais uma vez, não esqueçam: Cuidado com os cisnes!

2 comentários:

Juls M disse...

hahahah Amo essa história do Cisne maluco! Me lembra aquele e-mail engraçado dos bodes malucos... enfim, acho que vc sabe qual...
Beijos!

Leonardo disse...

Como eu poderia esquecer os bodes malucos comedores de meias??? Já fui atacado por eles porque não ajudei o Fundo Baklaliviatatlaglooshenense Para Garotos Pernetas Manetas Órfaos e sem Bodes!

E também não esqueço esse seu nick! Quem diria que ele ia durar tanto tempo! hehehehe

Beijos