16 de setembro de 2008

Casamento Belga

Fiquei muito tempo sem postar! Meus últimos dias na Europa foram corridos e com poucas chances de acessar a internet.

Agora estou de volta mas essa viagem ainda irá render algumas postagens aqui.

Esta minha ida à Europa estava marcada desde 2006. O Corentin é meu "irmão" belga. Ele fez intercâmbio aqui no Brasil e morou na minha casa. Amou o Brasil e voltou algum tempo depois para passar mais dois anos, dessa vez acompanhado da namorada, atual mulher dele. E o casal super organizado já marcara o casamento dois anos antes, para dar tempo de tudo ser programado com antecedência, inclusive a viagem dos brasileiros.

Bem... O que eu quero contar mesmo é como é diferente um casamento lá na Bélgica e mais ainda este que eu fui, cujos noivos são os típicos militantes da esquerda verde européia.

Primeiro, a organização: Lá na Europa impera a cultura do faça você mesmo. A mão de obra é cara e se você não for muito rico, tem mesmo que botar a mão na massa. Sendo assim quem preparou o casamento foram os noivos e os amigos. Eu mesmo ajudei um pouco: pintei as placas de indicação que foram colocadas nas estradas que levavam ao locais da cerimônia e da festa e acendi as velas dos candelabros que iluminaram o salão.

O casamento civil: Aqui começa a maratona. Apenas os mais íntimos participam dessa cerimônia. E quando falo cerimônia, é cerimônia mesmo. Os noivos e seus convidados vão para um lugar da Prefeitura da cidade onde são celebrados os casamentos. E diferentemente do nosso civil que é mera formalidade legal, lá os responsáveis - o que seriam os juízes de paz - falam algumas palavras sobre amor, casamento, união. E no final rola uma música típica no dialeto wallon. Bem legal!

A cerimônia: Aqui as coisas se distanciaram do que seria um casamento belga normal. Depois de 40 minutos de viagem chegamos no meio do campo. Normalmente seria a hora de ir para a igreja mas os noivos não tem religião então decidiram fazer uma cerimônia "humana e cidadã", nas palavras deles mesmos. Foi bonito e emocionante. E a parte engraçada é que todo o lugar foi montado pelo noivo e amigos. E no final quando a cerimônia acabou um dos amigos pegou o microfone e pediu se cada um podia carregar a cadeira que estava sentado para perto de um caminhão. E cada um do convidados saiu carregando a sua cadeira, que depois foram guardadas por um amigo dentro do caminhão que o noivo alugou para fazer o transporte.

A festa: Mais uma hora de estrada e chegamos a uma antiga fazenda. E quando digo antiga quero dizer algo por volta de 1600. O belo prédio foi transformado em um salão de festas. Sensacional! Muito bonito mesmo.

No começo houve uma recepção. São servidos canapés e bebidas. Chegam convidados que não estavam nem no casamento civil e nem na cerimônia. Isso dura algumas horas até que alguns convidados vão saindo espontaneamente. Eles não foram convidados para o jantar... Não me perguntem como mas eles sabem disso e vão saindo todos... Muito estranho! Os que sobram são chamados às mesas. Como nos filmes os lugares são marcados. Meu lugar era na mesa dos noivos, uma honra!

Terminado o jantar, algumas mesas são retiradas. Começam a chegar outros convidados diferentes. Esses só são convidados para a "balada". Não é estranho? Fico me perguntando o que estaria escrito no convite deles... A música começa a tocar e a festa vai pela madrugada adentro até 5 da manhã. O detalhe é que o dia havia começado às 10 da manhã do dia anterior com o casamento civil! É uma verdadeira maratona!!!

O casamento belga foi muito diferente mas muito legal. Só não gostei muito desse negócio de convidados separados... Passei um tempão colado numa belga linda... mímicas, inglês, francês... era difícil mas estava rolando uma comunicação. Mas lá pelas tantas chega o namorado da moça que só era convidado da balada!

Acho que preciso acender a vela preta de Murphy que nem minha amiga Gi!

4 comentários:

Dani disse...

Léo!

Bem vindo de volta. Espero que tenha feito uma ótima viagem, e que possa partilhar conosco ótimas histórias, como a do "casório". Fala sério, meio estranho esse negócio de separar as pessoas, pensa bem o diálogo...

- Amor, estou saindo pro casamento dos "..." e daqui umas cinco horas a gente se vê lá...

Não gostei. Agora me mata uma curiosidade, quando a pessoa chegava pra baladinha, seu acompanhante tinha que ir embora?! Talvez fosse a chance...rs

Bjus

Ps. Se encontrar a tal vela, me avise...preciso de uma também, rs

Leonardo disse...

Pois é Dani... Já achei estranho separar os convidados por lotes, o que dizer então de separar um casal!?

beijos

Gislaine Marques disse...

ahahaha Nunca imaginei esse final pra essa história. hehe pena que é uma história real. ;-)

Igor Garcia disse...

Nossa Leo!!! EU juro que ainda viverei para presenciar a experiencia de carregar minha própria cadeira num casamento!!! Vou te dizer com sinceridade: se um dia eu casar, tem que ser assim! ;-)
O irmão duma amiga minha de Natal casou quase da mesma forma (no casamento humano e cidadão tocou as musicas preferidas do casal, de Nightwish a Pink Floyd) e tenho certeza que a pomposidade de um casamento a que estamos acostumados seria muito mais divertido e significativo para todo mundo!
Menos o convite válido para 4 horas de recepção, 3 horas de jantar e 5 horas de noitada! Ou chama todo mundo ou num chama ninguém!
POr mais "prático" (e economico) convidar determinadas pessoas para determinado ATO do casamento, não deixa de ser uma coisa talvez...belga demais!! ;-)

Forte abraço!

P.s.: Ja falei que acender vela para Murphy da merda...